top of page

Tireoide

  • É a primeira glândula endócrina a se desenvolver no embrião, cerca de 24 dias após a fecundação;

  • Inicialmente ocorre um espessamento do endoderma da faringe primitiva e logo se forma uma pequena saliência, primórdio da tireoide, o qual fará protusão formando o divertículo tireóideo;

  • De acordo com o crescimento do embrião, a glândula em desenvolvimento desce para o pescoço, percorrendo um trajeto anterior à laringe em formação. Durante um pequeno momento a tireoide permanece ligada à lingua através de um tubo estreito, chamado de ducto tireoglosso, cuja abertura proximal na língua persiste no forame cego;

  • De início, o primórdio da tireoide é oco, mas logo se torna maciço e se divide em dois lobos, direito e esquerdo, unidos pelo istmo da tireoide;

  • Na sétima semana, a tireoide assume sua forma definitiva e geralmente já atingiu sua localização final no pescoço. Nesta ocasião, normalmente, o ducto tireoglosso já degenerou e desapareceu;

  • O primórdio da tireoide, neste tempo, já é um agregado celular pela inversão do mesênquima vascular, onde se forma uma luz em cada aglomerado de células e estas se dispõem em uma camada única em torno da luz. A partir da décima primeira semana de desenvolvimento, começa a aparecer coloide, ou folículos tireoidianos, pelo qual passa a ser demonstrada concentrações de iodo e a síntese dos hormônios;

  • Por volta da vigésima semana os níveis de hormônio fetal estimulante da tireoide (TSH) e tiroxina (T4) começam a aumentar, chegando a níveis adultos em torno da trigésima semana;

  • Cistos podem se formar em qualquer lugar ao longo do trajeto seguido pelo ducto tireoglosso. Normalmente ele atrofia e desaparece, mas remanescentes podem persistir e formar um cisto na língua ou região anterior do pescoço, geralmente abaixo do osso hioide. A tumefação produzida por um cisto do ducto tireoglosso em geral se desenvolve como uma massa móvel, indolor e progressivamente crescente. Após a infecção de um cisto, ocorre perfuração da pele, formando um seio do ducto tireoglosso, que geralmente se abre no plano mediano do pescoço, anteriormente às cartilagens laríngeas;

  • Uma tireoide ectópica localiza-se ao longo de seu trajeto normal de descida a partir da língua. O tecido tireoidiano lingual é o mais comum, mas também há o tireoidiano sublingual, quando há descida é incompleta.

  • Os tecidos tireoidianos acessórios se originam de remanescentes do ducto tireoglosso, e embora possam ser funcionais, tem tamanho insuficiente;

  • A ausência da tireoide (agenesia) ou de um de seus lobos, hemiagenesia, é uma anomalia rara.

  • Para entender melhor, acesse o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=40JwloJLOCY

Paratireoides


⦁    O endoderma da faringe reveste as superfícies internas dos arcos faríngeos e estende-se para divertículos semelhantes a balões, ou bolsas faríngeas;
⦁    A terceira bolsa faríngea se expande e forma uma parte dorsal bulbar compacta e uma parte ventral oca alongada. Sua conexão com a faringe é reduzida a um ducto estreito que logo se degenera. Na sexta semana de desenvolvimento, o epitélio de cada porção bulbar dorsal começa a se diferenciar na paratireoide inferior;
⦁    A quarta bolsa faríngea também se expande e forma uma parte dorsal bulbar e outra ventral alongada, onde sua conexão com a faringe se reduz a um ducto que também se degenera. Na sexta semana de desenvolvimento, cada parte dorsal se desenvolve em uma paratideoide superior, que se situa na superfície dorsal da tireóide;
⦁    Uma vez que as paratideoides inferiores derivadas das terceiras bolsas faríngeas acompanham o timo em seu deslocamento de descida para ocupar sua posição final, elas estão em uma posição mais inferior do que as paratireoides superiores derivadas das quartas bolsas;
⦁    Durante a quinta semana o epitélio das porções dorsais da terceira e quarta bolsas proliferam-se e o mesênquima vascular logo cresce dentro destes módulos. As células principais se diferenciam durante o período embrionário, e acredita-se que se tornam funcionalmente ativas na regulação do metabolismo do cálcio fetal;
⦁    A porção ventral alongada de cada uma das quatro bolsas forma um corpo ultimofaríngeo, que se funde com a tireoide, e suas células se dispersam dentro desta, dando origem às células parafoliculares ou células C, que produzem a calcitonina, hormônio regulador da concentração de cálcio;
⦁    A ocorrência de paratireoides ectópicas é relativamente comum, sendo as superiores mais constantes que o posicionamento das inferiores. Assim, essas últimas podem apresentar localização variável que depende do seu deslocamento pelo timo;
⦁    Em raras ocasiões, podem-se encontrar número anormal de paratireóides, decorrente de falhas na divisão e diferenciação de um dos primórdios das glândulas originais.


Supra-renais
⦁    Cada glândula supra-renal, localizada nas faces supero-mediais dos rins, possuem duas partes, o córtex e a medula, ambas possuindo origens diferentes, e produzindo hormônios diferentes;
⦁    O córtex desenvolve a partir do mesênquima, onde na sexta semana ele se desloca pela agregação bilateral de células mesenquimais entre a raiz do mesentélio dorsal e a gônoda em desenvolvimento;
⦁    Mais tarde, células mesenquimais surgem do mesotélio e envolvem o córtex fetal, dando origem ao córtex permanente, o qual apresenta três zonas: glomerulosa, fasciculada e reticular;
⦁    As células que formam a medula são derivadas do gânglio simpático adjacente, que é derivado das células da crista neural, as quais forma, inicialmente, uma massa no lado medial do córtex fetal. Conforme eles são envolvidos pelo córtex feral, esas células se diferencial em células secretoras da medula da supra-renal;
⦁    Em relação ao peso corporal, as glândulas supra-renais do feto humano são de 10 a 20 vezes maiores que as glândulas dos adultos, e são grandes em comparação com os rins. Não obstante elas se tornam menores à medida que o córtex fetal regride durante o primeiro ano, perdendo 1/3 de seu peso e só vindo a recuperá-lo no segundo ano de nascido;
⦁    A Hiperplasia Adrenal Congênita ou Síndrome Adrenogenital  é uma patologia decorrente do crescimento anormal das células do córtex da supra-renal, resultando em excessiva produção de andrôgeno durante o período fetal. No sexo feminino leva a uma masculinização da genitália externa e aumento do clítoris; em meninos a identificação é mais dificultada, mas leva ao crescimento rápido e maturação esquelético acelerada.


Pâncreas


⦁    O pâncreas se forma dos brotos pancreáticos ventral e dorsal originados de células endodérmicas da porção caudal do intestino primitivo que crescem entre as camadas dos mesentérios;
⦁    A maior parte do pâncreas é derivada do broto pancreático dorsal, que é maior e aparece primeiro;
⦁    O broto pancreático ventral desenvolve-se próximo à entrada do ducto biliar no duodeno e cresce entre as camadas do mesentério ventral, formando a parte da cabeça do pâncreas;
⦁    Quando o duodeno roda para a direita e adquire a forma de C, o broto pancreático ventral é levado dorsalmente, onde se comunica com o broto dorsal. Em cerca de 10% das pessoas, os ductos pancreáticos não se fundem, resultando em dois ductos;
⦁    O parênquima do pâncreas é derivado do endoderma dos brotos pancreáticos, que formam uma rede de túbulos;
⦁    No início do período fetal, os ácinos começam a se desenvolver de agregados celulares ao redor das extremidades desses túbulos. Já as ilhotas pancreáticas desenvolvem-se de grupos de células que se separam dos túbulos e vão se localizar entre os ácinos;
⦁    A secreção de insulina começa por volta da décima semana, enquanto que a de glucagon pela décima quinta semana;
⦁    Embora o pâncreas anular seja incomum, a anomalia justifica a descrição porque pode causar obstrução intestinal. A parte anular do pâncreas consiste em uma fina faixa achatada de tecido pancreático circundando a segunda porção do duodeno, ou porção descendente, provavelmente resultado do crescimento de um broto ventral bífido ao redor do duodeno, que então se funde com o broto dorsal, formando um anel pancreático. O bloqueio do duodeno se estabelece caso uma inflamação se desenvolva no pâncreas anular logo após o nascimento ou muito mais tarde;
⦁    Para melhor entender, acesse o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jCkqwoQlU-M.


Pineal ou Epífise
⦁    Inicia seu desenvolvimento por volta da sétima semana como um divertículo mediano da parte caudal do teto do diencéfalo;

    A proliferação de células de sua parede logo converte este em uma glândula sólida em forma de cone, que a este período já inicia um armazenamento de cálcio característico.


Hipófise
⦁    Está localizada na sela turca, sendo uma glândula que coordena o funcionamento das demais, embora obedeça estímulos do hipotálamo;
⦁    Ela tem origem ectodérmica e se forma por duas fontes. Observa-se que suas partes distal e intermediária se originam da envaginação do teto ectodérmico de estomedeu ou divertículo hipofisário, formando a bolsa de Rathke, enquanto que a parte nervosa se origina da invaginação do neuroectoderma do diencéfalo ou divertículo neuro hipofisário;
⦁    Por volta da terceira semana de desenvolvimento, essa bolsa de Rathke se projeta do teto de estomedeu e se torna adjacente ao assoalho do diencéfalo. Na quinta semana, a mesma se alonga e sofre uma constrição em sua ligação com o epitélio da cavidade bucal, o que lhe confere um aspecto de mamilo. Posteriormente, entra em contato com o infundíbulo que é uma invaginação do diencéfalo, e o pendículo do divertículo hipofisário regride.
⦁    A origem embrionária dupla explica porque a hipófise é composta de dois tecidos;
⦁    As partes da hipófise que se desenvolvem do ectoderma do estomedeu - parte distal, intermediária e tuberal - formam a adenohipófise, que é a porção glandular localizada no lobo anterior;
⦁    A parte da hipófise que se origina do neuroectoderma do encéfalo é a neuro hipófise, dando origem à eminência média, haste infundibular e parte nervosa, estando localizada no lobo posterior;
⦁    A hipófise faríngea é uma anomalia decorrente de resquícios da haste do divertículo hipofisário que insistiram em persistir no teto da orofaringe;
⦁    Muito raramente, massas de tecido do lobo anterior desenvolvem-se fora da cápsula da hipófise, dentro da sela turca do esfenóide, evidenciando canais basifaríngeos pelos resquícios dos divertículos hipofisários;
⦁    Ocasionalmente, craniofaringiomas se formam na faringe ou no basioesfenóide a partir de resquícios da haste da bolsa hipofisária, mas, com mais frequência, eles se forma na sela turca ou acima dela;
⦁    Para melhor entender, acesse o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=nEGUOhNcxrA.

Por Jefferson Medeiros.

Fonte: MOORE K L., PERSAUD T.V.N. Embriologia Clínica. 9ª Edição. Elsevier, 2012.

RESPONSÁVEIS

Professor Orientador: Luiz Jardelino

Monitores: Lissandra Bandeira e Marcílio Belarmino

Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

Centro de Formação de Professores - CFP

Unidade Acadêmica de Ciências da Vida - UACV

Curso de Graduação em Medicina

Disciplina de Embriologia Humana

© 2021.

Criado com Wix.com

bottom of page